segunda-feira, janeiro 22, 2018

Resenha: Maçãs Silvestres & Cores de Outono - H.D.Thoreau

Hoje trago por aqui a importância do autor Henry David Thoreau, não só pra mim mas pro movimento naturalista. Em 2012 assisti o filme Na Natureza Selvagem e, assim como muita gente, tive meu primeiro contato com ele. A célebre frase do livro Walden citada pelo personagem Supertramp dizia: "Mais que amor, dinheiro, fé, fama, equidade... dê-me a verdade." Foi o suficiente pra que eu fosse atrás de toda a obra literária de Thoreau.


A citação no filme/livro Na Natureza Selvagem saiu dessa maravilha aqui: Walden, ou A Vida nos Bosques. Em 1845 Thoreau decidiu sair da civilização por dois anos e se refugiar na Natureza, entendendo que uma vida simples, sem exageros, sem o consumismo desnecessário para o qual os EUA estavam se encaminhando é o ideal para o homem. O livro é uma ode a contemplação e uma jornada de autoconhecimento. Se vocês lerem com verdadeira entrega de coração vão certamente reavaliar uma vida inteira de atitudes negligentes, para si e para com o que está ao seu redor. Eu mesma preciso urgentemente reler, após cinco anos da primeira leitura. Preciso de uma verdadeira desintoxicação.


Após ter lido Walden, A Desobediência Civil e Caminhada, esse ano tive a sorte de conseguir a edição portuguesa de Maçãs Silvestres & Cores de Outono. Até onde sei nunca saíram em edições brasileiras. São ensaios de 1850 e 1862, respectivamente. A minha edição foi comprada na Livraria Cultura que facilmente importa livros de editoras portuguesas, esse é da Editora Antígona.



Prefácio do tradutor Luís Leitão: "São textos onde se misturam sensibilidade poética e conhecimento científico, e que, ao mesmo tempo que espelham um grande amor e respeito pela Natureza, transmitem todo o deslumbramento que ela suscita."


"Olhar e ver são fenômenos diferentes. O observador tem de cultivar a visão, tal como o agricultor o seu campo; mas, infelizmente, o homem comum não cultiva a sua mente como naturalista nem como poeta. (...) A beleza da paisagem só se torna visível para nós na medida em que estejamos preparados para a apreciar, e daqui resulta que durante toda a vida permaneçamos cegos para a maioria dos fenômenos da Natureza."

Isso resume muito do que acredito!


"Na mesma altura, por volta do primeiro de outubro, ou mais tarde, os ulmeiros encontram-se no auge de sua beleza outonal, grandes massas amarelo-acastanhadas, acabadas de sair do forno de setembro, a pender sobre a estrada. As suas folhas estão em plena maturidade. Pergunto-me se existe uma maturidade equivalente nas vidas dos homens que vivem à sua sombra." 


"As mudanças de verde para castanho que ocorrem no outono não são motivo de desespero, mas sim o símbolo de uma vida bem-sucedida que se conclui numa morte não prematura."


Ter lido esse livro no ano passado me ajudou muito nessa trajetória de reavaliação de hábitos e até mesmo crenças. Estou em transição para o vegetarianismo e parei completamente de consumir objetos e produtos de moda de origem animal. Algumas peças em couro que possuía consegui vender no Enjoei e outras coisas que tenho e são utéis pretendo usar até se destruirem e poder me desfazer. Também parei de confeccionar peças em couro na minha marca de artesanato Arcaicah. Sinto que com pequenas atitudes podemos sim respeitar a Natureza como ela merece. 

Beijos!

Nenhum comentário:

Postar um comentário